O que é o TOD?

O Transtorno Opositivo-Desafiador (TOD) é uma condição do neurodesenvolvimento caracterizada por um padrão persistente de comportamentos desafiadores, desobedientes e hostis direcionados a figuras de autoridade — como pais, professores ou responsáveis.

Esse comportamento ultrapassa os limites do que se espera para a idade, é frequente e interfere negativamente na vida social, emocional e escolar da criança.

Mas o que é birra, o que é temperamento forte, e o que passa a ser transtorno? Como lidar com esse sofrimento dentro de casa? Há tratamento? O que dizem as evidências?

Neste artigo, explico os principais sinais do TOD, como diferenciá-lo de outros transtornos, o que dizem as pesquisas mais atuais e o que pais e cuidadores podem fazer para ajudar.

Quem sou eu?

Sou o Dr. William Alves, médico psiquiatra formado pelo Hospital das Clínicas da UFMG.

Ao longo dos anos, tive a oportunidade de ajudar centenas de pessoas que sofrem com diversos transtornos psiquiátricos, incluindo transtornos típicos da infância como o TOD, a reencontrarem o equilíbrio e retomarem sua qualidade de vida.

Atualmente, sou mestrando em Neurociências Clínicas também pela UFMG, desenvolvendo pesquisas voltadas para a compreensão mais profunda do funcionamento do cérebro e seus impactos na saúde mental.

Também atuo como preceptor de Medicina, contribuindo com a formação de novos médicos e incentivando uma prática ética, humana e baseada em evidências.

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É normal ou é TOD?

Crianças testam limites — isso faz parte do desenvolvimento. Mas no TOD, os comportamentos são:

Veja uma tabela comparativa:

ComportamentoDesenvolvimento normalTranstorno Opositivo-Desafiador (TOD)
BirrasEsporádicas, em contextos específicosFrequentes, intensas, desproporcionais
ObediênciaMelhora com o tempo e orientaçãoMantém-se ruim mesmo com intervenção
IrritabilidadeOcasional e modulávelConstante e difícil de manejar
Culpa após agir malPresenteAusente ou minimizada
Reação a limitesFrustração ocasionalHostilidade intensa

Sintomas principais

Principais características do TOD:

Para o diagnóstico de TOD, o DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) exige a presença de sintomas por pelo menos seis meses. Eles são agrupados em três categorias:

CategoriaExemplos de Comportamentos
Humor irritávelPerde a paciência facilmente, se irrita com frequência, mostra ressentimento.
Comportamento desafiadorDiscute com adultos, desobedece regras, provoca intencionalmente.
Atitude vingativaGuarda rancor, faz “pegadinhas” e vinganças por situações passadas.

O diagnóstico deve ser feito por um profissional, diferenciando-se de birras comuns ou comportamentos diante de situações específicas.

Qual a causa do TOD?

Não há uma causa única. O TOD é multifatorial.

Fatores de risco:

Importante: culpar os pais NÃO ajuda. O foco deve estar em entender os fatores e buscar tratamento.

TOD é a mesma coisa que TDAH?

Não. Embora muitas vezes caminhem juntos (cerca de 50% das crianças com TOD também têm TDAH), são transtornos diferentes.

CaracterísticaTDAHTOD
NaturezaDéficit de atenção e impulsividadeDesobediência, irritabilidade, oposição
Causa principalDificuldade neurobiológica na regulação da atenção e impulsosPadrão persistente de negativismo e desafio
Resposta à autoridadeImpulsiva ou distraídaHostil ou desafiadora
Humor predominanteVariável, mas não irritado de forma persistenteFrequentemente irritado ou raivoso

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico é clínico, feito por profissional especializado (psiquiatra ou psicólogo com experiência em avaliação de transtornos do neurodesenvolvimento).

São utilizados:

NÃO existe exame de sangue ou imagem que confirme o diagnóstico. É preciso escutar com atenção e olhar o contexto.

Há tratamento para o TOD?

Sim. E quanto mais cedo o diagnóstico, melhores os resultados.

O tratamento deve ser multimodal, ou seja, envolver diferentes abordagens combinadas.

Treinamento parental (psicoeducação e manejo)

Considerado o pilar do tratamento, o objetivo é ensinar os pais a lidarem com os comportamentos da criança de forma consistente e positiva. Os principais métodos baseiam-se em:

2. Psicoterapia para a criança

A Terapia Cognitivo-Comportamental pode ajudar a desenvolver:

3. Intervenções na escola

4. Medicação (em casos selecionados)

Não há uma medicação específica para TOD. No entanto, em casos com comorbidades (como TDAH ou transtornos de humor), medicações podem ser indicadas, sempre com acompanhamento médico.

Quando considerar:

Atenção: o uso de medicamentos, quando indicado, sempre deverá ser associado às estratégias não medicamentosas citadas acima.

Devemos priorizar os tratamentos com mais evidência

Apesar do crescente interesse em alternativas como dietas restritivas, suplementos ou técnicas não validadas, os tratamentos com maior embasamento científico devem ser priorizados.

As diretrizes atuais da American Academy of Child and Adolescent Psychiatry (AACAP) e revisões sistemáticas da Cochrane indicam que os programas de treinamento parental baseados em evidências oferecem os melhores resultados.

Evitar o uso de intervenções sem respaldo pode reduzir o risco de frustração e gastos desnecessários.

O sofrimento dos pais: como lidar com os desafios do dia a dia?

Conviver com uma criança com TOD pode ser profundamente desgastante. Muitos pais se sentem culpados, cansados e, às vezes, sem esperança. Essa vivência, marcada por conflitos constantes, desobediência, explosões de raiva e desafios à autoridade, compromete o bem-estar de toda a família.

É fundamental validar esse sofrimento. Não se trata de “falta de pulso firme” ou “erro na criação”. O TOD é um transtorno real, e exige estratégias específicas.

Dicas práticas para os pais:

Conclusão

O TOD é um transtorno real, que exige cuidado, conhecimento e paciência. Diagnosticar precocemente, evitar estigmas e adotar estratégias baseadas em evidências fazem toda a diferença no desenvolvimento da criança e no alívio do sofrimento da família.

Se você suspeita que seu filho ou filha possa ter esse quadro, procure ajuda especializada. O caminho pode ser desafiador, mas há esperança — e tratamento.

Dr. William Alves

Médico Psiquiatra CRMMG 80.238/RQE 65.644 – Hospital das Clínicas das UFMG

Mestrando em Neurociências UFMG

Atendimento humanizado presencial, em Belo Horizonte, e via Telemedicina para todo o Brasil e exterior!

Referências:

  1. American Psychiatric Association. DSM-5. Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. 5ª ed. 2013.
  2. Kazdin AE. Parent management training as evidence-based treatment. 2008.
  3. Frick PJ, Nigg JT. Current issues in the diagnosis of attention deficit hyperactivity disorder, oppositional defiant disorder, and conduct disorder. Annu Rev Clin Psychol. 2012.
  4. Waschbusch DA. A meta-analytic examination of comorbid hyperactive/impulsive/inattentive behavior problems and oppositional defiant behavior. 2002.
  5. Cochrane Library – Behavioral and psychosocial interventions for oppositional defiant disorder and conduct disorder in children and adolescents.
  6. American Academy of Child and Adolescent Psychiatry. Practice Parameters for the Assessment and Treatment of Children and Adolescents with Oppositional Defiant Disorder.

Leia também:

https://drauziovarella.uol.com.br/pediatria/tdah-e-tod-o-que-fazer-quando-os-transtornos-aparecem-juntos/

https://vidasaudavel.einstein.br/tod-entenda-o-que-e-o-transtorno-opositivo-desafiador-e-como-lidar-com-ele/

https://www.msdmanuals.com/pt/casa/problemas-de-sa%C3%BAde-infantil/dist%C3%BArbios-da-sa%C3%BAde-mental-em-crian%C3%A7as-e-adolescentes/transtorno-desafiador-opositivo

https://www.scielo.br/j/rbp/a/7S44bNFFLpKBzTzVzXkSJDG/?lang=pt&format=html

https://drwilliamalves.com.br/bipolaridade/

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